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Messaggi Don Orione
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Pe. Flavio Peloso ao encontro des Diretores. Brasilia, 18 de Março 2015.

O serviço da autoridade na vida religiosa é um tema espiritual e prático muito relevante para poder viver a fidelidade criativa à nossa vocação. A finalidade do serviço da autoridade é a fidelidade à Vontade de Deus na vida fraterna.

Vida fraterna em comunidade n° 48 nos recorda que “a fraternidade não é só fruto do esforço humano, mas é também e sobretudo dom de Deus. Dom que vem da obediência à Palavra de Deus e, na vida religiosa, também da obediência à autoridade que recorda essa Palavra e a liga a cada situação, de acordo com o Espírito do instituto”.

Sem o serviço da autoridade pode-se cair em formas de fundamentalismo religioso do tipo individualista. É a postura de quem interpreta e decide sozinho “o que Deus quer de mim”, sem considerar o contexto comunitário do discernimento que tem nos superiores “os legítimos representantes de Deus e intérpretes da sua vontade”.[1]

Frutos negativos desse fundamentalismo/individualismo religioso – invasivo por causa do atual contexto cultural subjetivista – é a introversão das pessoas, a perda do ardor místico e apostólico, a dilaceração da vida fraterna. Diversamente, “a virtude da obediência enriquece o homem religioso, embeleza a Igreja".

 

Padre – superior – diretor: um equilibrio a ser mantido.

Padresuperiordiretor: nessas três palavras usadas para indicar a mesma pessoa existem dimensões diversas e complementares do papel da autoridade como entendido em nossa Congregação.

Padre faz referência ao serviço na comunidade que é familia, fraternidade em Cristo.

Superior indica que a sua autoridade apoia nas Constituições que ele promove.

Diretor indica a sua função de governo e coordenação das obras e das atividades

Frequentemente no superior prevalece a atenção às funções e às atividades (diretor). E pensar que é o proprium da ação do superior na comunidade religiosa (e da comunidade na obra), como descrito em nossas Constituições no art.137, tem características relacionais, humanas, espirituais.

  • Dom Orione nomeando um novo superior, escreve: “Ele seja, mais que Superior, um pai e irmão, mas vocês o tenham como o Superior de vocês” (Scritti 32, 243).
  • Ser autoridade - auctor esse: é o que faz crescer, promove, incrementa.
  • Existe um tipo de autoridade/obediência que faz crescer e um outro que mantém pequenos: uma autoridade exercida sem relação-participação não faz crescer.

 

A função de relé

O serviço da autoridade, com a sua contínua referência à Vontade de Deus, aos valores evangélicos e carismáticos, ajuda a evitar uma “baixa medida” da vida religiosa, regulando-se pelo “todo mundo faz assim” da mentalidade desse século; ajuda a reagir ao processo de decadência vocacional promovendo um movimento de retomada-renovação.[2]

Bento XVI apresenta esse árduo e providencial dever de retomada do seguinte modo: O serviço de autoridade exige uma presença constante, capaz de animar e de propor, de recordar a razão de ser da vida consagrada, de ajudar as pessoas a vós confiadas a corresponder com uma fidelidade sempre renovada ao chamamento do Espírito”.

Cabe pessoalmente ao superior a tarefa de recordar os valores e os deveres “diante de Deus” exatamente porque recebe a autoridade “de Deus”. Não é representante, nem delegado ou executor da vontade da comunidade, mas do próprio Deus. De fato, quando “decide ou ordena o que se deve fazer” deve fazê-lo pelo fato que ele, em primeiro lugar, obedece a Deus. [3]

O serviço da autoridade é indispensavel para que seja possível o relançamento, revigoramento (relé) da vida consagrada, numa alta medida de valor evangélico.

 

Assumir a tarefa de guia-correção-promoção fraterna

O artigo 129 das nossas Constituições diz: “O Senhor quis que na Igreja alguns tivessem a missão de prestar aos outros irmãos o serviço da autoridade e da direção, como guias para o crescimento de cada um e da comunidade inteira e como princípio de unidade, de ordem, de solidariedade e de eficiência”.

Hoje não é fácil assumir o papel de guia que faz discernimentos e que decide, que caminha à frente, que corrige, valoriza e apóia. Mas não era fácil nem mesmo nos tempos de Dom Orione que, com palavras fortes, estimulava um dos seus diretores:

Quero que P. Mário assuma pra valer a casa, em nome de Deus: quero e peço-lhe que deixe de lado a sua timidez, que o leva alguma vez a encolher os ombros como se fosse alguém que não se importa as coisas. Quero e peço-lhe que não se entregue, nem se feche em si mesmo... deve deixar de lado o seu jeito de ser meio amedrontado... quero e peço-lhe que tenha mais presença de espírito, que seja mais corajoso, que seja mais ativo socialmente, que tenha menos medo de apresentar-se, menos temor da sua sombra, menos lentidão, menos hesitação em fazer ou em não fazer quando existe a necessidade e o dever de fazer e de fazer muito” (Scritti 32, 242).

“Quem é Superior da casa pegue nas mãos o timão da casa e seja o Superior: primeiro, dê bom exemplo em tudo e exija com perspicácia e amor em Cristo que todos estejam nos seus respectivos lugares cumprindo as suas tarefas” (Ibidem).

Existem particulares dificuldades hoje:

  • A função de superior não tem mais um crédito humano-social indiscutível; o clima cultural e o subjetivismo não estão a seu favor.
  • Os revezamentos periódicos e freqüentes criam uma maior igualdade fraterna, mas também a síndrome do hoje cabe a mim e amanhã caberá a você, ou do quem você pensa que é.
  • Nem sempre as motivações de fé, ligadas ao voto de obediência, sustentam aquele crédito de paternidade-autoridade necessário para intervir como superior e para acolher o que foi decidido

Para superar essas dificuldades é útil recordar que:

-    ser guia na vida religiosa não é um fato psicológico ou de caráter ou de atitude social: é vocação e ministério “daquele que é o primeiro a obedecer” à Vontade de Deus, à vocação, às Constituições, aos ideais e deveres da própria vida consagrada; nesse sentido o ser superior constitui também um forte estímulo para o próprio crescimento vocacional;

-    é a exemplaridade de vida que dá crédito à paternidade-autoridade no serviço de guia;

-    o serviço de guia põe as bases de um caminho comum, favorece relações e projetos fraternos, evita o instaurar-se do “fazer por conta própria” de modo subjetivista onde prevalece o mais forte, sucumbe o mais fraco, onde não crescem os talentos, nem se multiplicam as forças;[4]

-    o exercício da autoridade ajuda a vida comunitária a reagir à deriva rumo à mediocridade e rumo ao individualismo, enquanto que           a correção e promoção fraterna alimenta uma tensão virtuosa rumo a algo melhor, ao crescimento, à conversão humana, espiritual, apostólica.

 

Promover a co-responsabilidade, via e meio de crescimento

  • Cada um amadurece na medida em que se coloca em relação; tanto o autoritarismo/servilismo como o anarquismo/individualismo, de modo diverso, impedem a maturidade.
  • Para exprimir essa atitude de co-responsabilidade hoje se fala de discernimento comunitário, subsidiariedade, co-responsabilidade, participação, co-envolvimento, etc. “Nos vários graus de autoridade atue-se o princípio da subsidiariedade” (art. 134). Muitas vezes escutei lamentar o autoritarismo egocêntrico de certos superiores, mesmo jovens. Quem é individualista na vida fraterna facilmente será autoritário como superior.
  • Quem vive executando ordens, como religioso servo e não como religioso filho”, vive mecanicamente, se esclerosa. Assim também, quem vive um voluntarismo solitário e anárquico se esclerosa no próprio eu, torna-se rude consigo mesmo e com os outros.
  • Além dos indispensáveis relacionamentos pessoais (cara a cara), o superior é chamado a exercitar o seu serviço também através dos relacionamentos comunitários: conselho, reuniões e assembléias e têm a finalidade de promover a contribuição de cada um, de suscitar vida fraterna.
  • Existe um projeto comum – o carisma expresso nas Constituições – que nos envolve e orienta. Cada um depois o desenvolve e renova. O superior deve se interessar para que cada religioso caminhe rumo a esse ideal com dinamismo interior próprio.

 

Promover o relacionamento de família na Congregação

Uma última anotação. O espírito de família é uma característica cara a Dom Orione e a todos nós. Muitas pessoas de fora percebem e admiram isso. O espírito de família gera tantos frutos para o bem das pessoas. O espírito e as relações de família alimentam a consciência do carisma, coração da nossa identidade e fraternidade.

Na congregação, as relações familiares têm a sua primeira concretização na comunidade, mas se abrem e se integram nas relações da comunidade com a província e da província com a Congregação inteira e com a Familia Orionita (PIMC, ISO, MLO) Tantas riquezas e tantas iniciativas de revigoramento espirituais e apostólicas nascem de uma integração viva na Congregação religiosa.

Dom Orione podia afirmar que “Esta pequena Congregação já se ramifica, mas não se divide, porque tem unidade de espírito na caridade do Senhor, tem unidade de regra, tem unidade de governo”.[5] Ocorrida a subdivisão em Províncias, o venerável Dom Sterpi recomendava: “O crescimento da Congregação impôs a divisão dela em tantas províncias: todas, no entanto, deverão permanecer sempre muito unidas e ser como que uma só coisa com o corpo inteiro... assim também as Províncias não devem ser coisas desunidas, mas formar a Congregação”.

Os superiores têm um papel importante para manter unidos e em equilíbrio os três dinamismos da vida de família em nossa Congregação: local – provincial – geral. O todo dentro da atmosfera do contexto eclesial e social. A cada dinamismo deve ser reconhecido o próprio valor – limite - coligação. Para a vitalidade do mar, é necessário a benéfica regeneração que se efetua através da comunicação entre as ondas da superfície, com aquelas intermediárias e com as grandes correntes da profundidade.

E concluo essas considerações sobre o importante serviço da autoridade com a palavra calorosa de Dom Orione:

“O bom espírito da nossa cara Congregação depende especialmente dos Diretores das casas: cada Diretor deve resplandecer omnibus qui in domo sunt. Bom exemplo e espírito de fé, de esperança, de caridade: pontualidade pontualidade pontualidade na prática da vida religiosa: amor ao trabalho, à temperança, à santa virtude, à mortificação, à pobreza, à obediência aos Superiores e às regras: ou seja cada Diretor deve poder levantar a cabeça diante de todos os seus confrades, e poder dizer a eles não com palavras, mas com fatos: imitatores mei estote!”.

 


[1] Perfectae Caritatis 14a: “Os religiosos, sob a moção do Espírito Santo, sujeitam-se na fé aos Superiores, vigários de Deus”;  “são os representantes de Deus”(can. 601) [na tradução oficial para o Brasil: “que fazem as vezes de Deus”].

[2] A história e o contexto atual ensinam que, numa Congregação, faltando o movimento de relançamento, de retomada (símile àquele do relé, do termostato) que coloque novamente a qualidade de vida religiosa em níveis mais altos, a lei do declínio (decay) pode levar até ao desaparecimento de Províncias ou de toda a ordem religiosa. Também Dom Orione, com os seus conhecimentos simples, mas não superficiais, chegou à mesma conclusão: “Aquelas Congregações que se debandam, que vão se esfriando, se descuidando, relaxando-se... se reduzem a poucas pessoas ou desaparecen completamente da Igreja "; Villa Moffa il 15.8.1938.

[3] PC 14c; Evangelica Testificatio 25; o canone 618 diz “dóceis à vontade de Deus no desempenho do cargo”.

[4] Dom Orione se lamenta com P. Draghi pelo andamento do Eremitério de Sant’Alberto: “Você é muito tímido, muito fraco, e acaba que na casa todos mandam e fazem o que querem. Isto não vai bem. Use a caridade, mas tenha força moral e assuma o governo do eremitério com caridade sim, mas também com pulso firme: vigie todos, dê as ordens, e faça com que todos a executem, e que tudo seja ordenado e proceda bem. O Senhor abençoará muito mais a todos”; Scritti 30, 180.

[5] Scritti 51, 122 e cfr 80, 203. “A Congregação deve ser como uma família, melhor ainda deve ser uma família: na família o chefe é um só. Assim deve existir unidade de carteira, unidade de governo, unidade de administração. Se na família existe união, paz, amor, concórdia, a família prospera”;  Parola VI, 264.

 

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